Brecht versus Lukács
Nos dias de hoje, quando as piores previsões de Lukács sobre o irracionalismo fetichista de certa arte vanguardista se confirmam (pois agora já não é preciso se valer de qualquer ética de esquerda para justificar a epistemologia de direita), quando as piores previsões de Adorno sobre o realismo pseudo-humanista praticado pela indústria cultural se disseminam, as experiências dialéticas de Brecht seguem, acredito eu, modelares não tanto por seus resultados, mas por sua atitude exemplar de uma construção necessariamente experimental, movida pelo jogo das contradições, conjugação imaginativa de teoria e prática, de passado e futuro, de atenção autocrítica e sensibilidade para os processos dos vivos. Sérgio de Carvalho O Editor chama o Escritor em sua sala: – Acho melhor você tapear os lukacsianos transformando isso em diálogo. – Impossível. Esse conteúdo não funciona em cadeia de ação. Na verdade interrompe a cadeia de ação. – Pois então. Você vai colocar em diálogo e vai parecer que se d