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Mostrando postagens de setembro, 2016

Mosaico

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Teatro Invisível da Cia. Crônica de Teatro. Encenação assistida em 28 de julho de 2016, em Contagem, no F5  –  Festival de Cultura Independente de Contagem. A imagem que ilustra o espetáculo neste post foi retirada do site do Festival: https://f5festival.wordpress.com/2016/06/30/mosaico-estudo-cenico-em-pequenas-pecas/ . Com o desenvolvimento da indústria, o proletariado não apenas se multiplica, como comprime-se em massas cada vez maiores, sua força cresce e ele adquire maior consciência dela. Marx Criado a partir de textos poéticos e situações cotidianas, Mosaico: estudo cênico em pequenas peças traz, como se lê no material on-line de divulgação, “um operário que usa o espaço do ônibus para expressar seus sentimentos diante dos condicionamentos do trabalho e da vida urbana”. Neste dia, a apresentação aconteceu na linha 307, que passa na frente da estação Eldorado do metrô, seguindo com destino ao bairro Petrolândia. Por se tratar de espetáculo inserido dentro de programação de festi

O amargo santo da purificação

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Espetáculo teatral de rua da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Encenação assistida em 13 de agosto de 2016, em Belo Horizonte, na Mostra de Teatro e Direitos Humanos. As imagens que ilustram o espetáculo neste post foram tiradas sem vergonha do amadorismo pelo próprio Pensamento em Cena. O áudio, também amador, é mais um índice da liberdade proporcionada pelo gênero rua. Na imagem dialética, o ocorrido de uma determinada época é sempre, simultaneamente, o “ocorrido desde sempre”. Walter Benjamin Inspirado por Castro Alves, o poeta abolicionista, Marighella deixou fortuna lírica que inspirou O amargo santo da purificação . As referências poéticas inseridas no espetáculo abarcam muito da produção literária brasileira: antes de incitar o público “a ser Marighella na vida”, a narrativa apresenta o personagem como um poeta, sujeito como todos, que tentava convencer estadistas a pular carnaval no meio do povo e gostava de viver grandes amores e comer comida boa. Antes de explicitar o

Nossa sra. [do Horto]

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Espetáculo teatral de rua do Coletivo Toda Deseo. Por assumidamente se inspirarem em Almodóvar, o espetáculo e o coletivo abriram espaço para uma análise comparada com Julieta . Encenação assistida em 19 de agosto de 2016, em Belo Horizonte. As imagens que ilustram o espetáculo neste post foram tiradas sem vergonha do amadorismo pelo próprio Pensamento em Cena . A apropriação pop do melodrama ativa uma sensibilidade camp, e teve múltiplas versões até encontrar em Almodóvar sua vertente mais visível a partir dos anos 80. Ismail Xavier Nossa sra. do Horto – assim como o recente Julieta , nos cinemas – questiona a permanência da ideologia patriarcal num cenário em que o pater familias não está mais presente. Primeiramente, pense-se em Julieta . A vagina nas formas do tecido vermelho que preenche o quadro no início do filme ser sobreposta pela escultura de homem castrado enuncia a dificuldade de emancipação da mulher numa organização social em que permanecem os ranços patriarcais. Formula