Pensamento em Cena

A esfera da cultura é uma esfera da luta de classes como outra qualquer, por isso o teatro épico, ao mesmo tempo que afirma o ponto de vista da revolução socialista, combate e denuncia como mentiras todas as modalidades de envenenamento conservador do espírito do público. 1- O teatro épico desvela a complexidade do ser humano, mostrando contradições, especialmente com a técnica da descontinuidade entre intenção e gesto enunciada não apenas nas relações interpretativas do trabalho de atuação, como ainda nos contrastes dos outros elementos de cena (figurinos, adereços, máscaras, bonecos, maquiagens, penteados, cenários, luzes, projeções etc.). Vontades e contravontades também são possíveis, mas não como mera fetichização do mundo liberal sublimado em arte cênica, isso porque intenções, objetivos e planos (vontades) apresentados em cadeia de ação em que um sujeito tem como antagonista outro sujeito (com suas contravontades) tendem a romantizar uma suposta liberdade individual. No material

Espetáculo do Grupo Galpão. Encenação assistida em 1º de junho de 2019, em Belo Horizonte. As imagens que ilustram o espetáculo neste post foram retiradas da página do grupo no Facebook:  encurtador.com.br/ELVX8 . Para que se tenha uma ideia da influência de Wirth no teatro alemão contemporâneo, basta indicar o que é a escola de Giessen. Fundada em 1982 pelo próprio Wirth, foi uma das primeiras escolas na Alemanha a articular o estudo teórico ( Theaterwissenschaft ) e a prática artística, e formou, em uma perspectiva ‘pós-dramática’, gerações que iam ocupar espaço proeminente na produção alemã, como o dramaturgo e diretor René Pollesch. Como professores, para citar apenas os mais conhecidos entre nós, passaram por ali Hans Thies-Lehmann (que teve importante papel no desenvolvimento do instituto), Heiner Müller, Robert Wilson, Marina Abramovic, Richard Schechner, Patrice Pavis, e Josette Feral. [...] O desmanche do Brecht dialético a serviço da desconstrução [...] faz parte da ampla cam