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Mostrando postagens de julho, 2019

A incrível mulher do calcanhar pra trás

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Espetáculo de rua do grupo Ajayô - Teatro em Pé. Encenação assistida em 14 de julho de 2019, em Ouro Preto, no Festival de Inverno. As imagens que ilustram o espetáculo neste post foram retiradas da página do grupo no Facebook:  encurtador.com.br/lmwN5 . Ninguém sabe melhor do que tu, sábio Kublai, que nunca se deve confundir a cidade com o discurso que a descreve. No entanto, há uma relação entre ambos. Ítalo Calvino No ensaio “Dialética da malandragem ” , Antonio Candido discute a herança do romance picaresco espanhol na composição das Memórias de um sargento de milícias , de Manuel Antônio de Almeida. Ali, o crítico demonstra como os personagens anti-heroicos, como modalidades de pícaros, aparecem na ficção brasileira reconfigurados dialeticamente, na figura do malandro. Em outras palavras, o malandro nega alguns traços do pícaro, persiste com outros e se eleva como um novo tipo, próprio do ambiente que o circunda. Em A incrível mulher do calcanhar pra trás , o pícaro-malandro avanç

Performatite

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É mística de gueto, mais ou menos. Compartilhar corpos e tal. Paulo Arantes Querida, venha aqui, vou te contar um segredo que é pra você ficar esperta na vida. Cuidado com gente que posa de avançada. Veja meus alunos, por exemplo: se falam de teatro com referência a filme, logo interdito, são linguagens diferentes, cinema é cinema, outra coisa. Não é que não dá pra concorrer com cinema, que aquilo lá é pra poucos, é que é vulgar mesmo. Parem de representar que arte representativa é coisa de indústria, de comércio. Assumam o eu individual, singular, único. Cinema não pode com isso. Os poros do performer pra você respirar ali, ao vivo, na presença, na arte do instante, instante que nunca se repete. Cinema não pode com essas coisas. É como o maquinário da padaria que não pode com as coxinhas artesanais das salgadeiras lá da economia solidária. Você já comeu coxinha de máquina? Melhor viver do que a natureza dá, abrir uma ciranda no final. Máquina é pra gente iludida. Detesto gente iludida